Escritor Milton Freire lança o livro Vida Poesia no dia 30 em Goiânia
O escritor Milton Freire convida para o lançamento do seu livro “Livro Vida Poesia”, no dia 30 de junho, às 19 horas, na sala Solon Amaral, na Assembleia Legislativa de Goiás. Inspirado em Clarice Lispector, Milton Freire conta que, após visitar uma exposição da escritora no Rio de Janeiro, sentiu-se como um dos seus personagens, que após um evento inesperado são tomados por certa perturbação seguida de iluminação. Segundo ele, no livro Vida Poesia, o sonho do poeta foi libertar-se para estar de volta a uma sensação plena de vida. Ao escrever o livro, ele afirma ter superado o diagnóstico de esquizofrenia, as longas internações, os eletrochoques e os choques insulínicos, que deixaram fortes seqüelas de pânico e interromperam suas tentativas de estudar e trabalhar.
Após anos de internações no Rio de Janeiro, Milton Freire se tornou militante da Luta Antimanicomial pelo Brasil. Segundo ele, as sequelas deixadas pelos tratamentos desumanos nos hospitais psiquiátricos foram superadas através da própria literatura, que preencheu sua solidão. Milton afirma que somente conseguiu retomar sua vida e se recuperar após se adaptar a um tratamento em serviço aberto com Nise da Silveira. Com seu esforço autodidata, ele fez o supletivo, prestando exames e eliminando matérias, sem poder freqüentar sala de aula. Conseguiu até passar em vestibulares, mas as crises não permitiam a conclusão dos cursos. Paralelamente, recuperou sua vida afetiva, formando uma família longe dos pais, quando passou a ter um intenso engajamento na Luta Antimanicomial, da qual também foi pioneiro. Fez o primeiro manifesto sobre a condição dos usuários em 1977, publicado em carta para o Jornal do Brasil e reeditado no livro “Artaud – A Nostalgia do Mais”.
Entre as publicações de Milton Freire há textos nos livros“ A Instituição Sinistra – Mortes Violentas em Hospitais Psiquiátricos”, do Conselho Federal de Psicologia - 2001; “Loucura, Ética e Política: Escritos Militantes”, da Casa do Psicólogo, e o texto “Uma Estranha Arte”, na Revista Quaternio, 2001. Em sua carreira, Milton Freire é diretor do Instituto Franco Baságlia do Rio de Janeiro – IFB, no Rio de Janeiro, e Representante da Rede Nacional Internúcloes da Luta Antimanicomial na Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional de Saúde. Também viaja pelo Brasil incentivando e colaborando com a criação de associações de Usuários de saúde mental e ainda colaborando com as discussões e implantação de novos serviços de saúde mental.
Anote
Lançamento do Livro Vida Poesia, de Milton Freire
Data: 30 de junho de 2009
Horário: 19 horas
Local: sala Solon Amaral, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás
sexta-feira, 26 de junho de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
Vida Poesia - Milton Freire
No livro, o autor, através de um exercício poético, inspirado na obra de Clarice Lispector, retrata seu longo sonho de realização simbólica pessoal, cuja referência cultural foi o processo de criação vivenciado e elaborado na Casa das Palmeiras, no Rio de Janeiro, e no engajamento na causa da luta antimanicomial.
Lançamento:
Data – 30/06/09
Horário – 19h
Local – Auditório Sólon Amaral – Assembléia Legislativa do Estado de Goiás.
Contatos – mfreirepereira@bol.com.br
MANIFESTO DO III FÓRUM DO LIVRE-PENSAR ESPÍRITA "SAÚDE MENTAL, ESPIRITISMO E CIDADANIA" SAÚDE MENTAL: CUIDAR SIM, EXCLUIR NÃO!!!
Espíritas de todo o Brasil, reunidos nos dias 5 e 6 de junho de 2009, em Guarulhos-SP, durante o III Fórum do Livre-Pensar Espírita, que teve como tema central “Espiritismo, Saúde Mental e Cidadania”, redigiram o seguinte manifesto:
Considerando,
- o caráter progressista, humanista, laico, livre-pensador e libertário da doutrina espírita, fundada por Allan Kardec;
- que manicômio é um termo genérico utilizado para classificar hospícios, asilos, hospitais psiquiátricos e demais lugares de tratamento da doença mental que se valem do princípio do isolamento do louco da sociedade, um lugar onde os internados perdem todas as suas referências de vida e são excluídos do convívio familiar, do trabalho, do local onde moram, da cidade e que perdem, portanto, a maior garantia que a sociedade moderna pretende dar a todos, a cidadania;
- que há décadas o movimento espírita brasileiro, motivado pelo desejo de acolher os sofredores de transtornos psíquicos, fazer a caridade e propiciar o acesso às terapias espíritas, instituiu uma ampla rede de hospitais psiquiátricos espíritas;
- que ainda está sob controle dos hospitais psiquiátricos espíritas significativa quantidade de leitos psiquiátricos;
- que essas instituições, mesmo sem reproduzir as práticas de violência que caracterizam os hospitais psiquiátricos, mantêm a exclusão como prática assistencial;
- que novos modelos de cuidado em saúde mental têm sido propostos, inclusive com amparo na legislação federal, mais concernentes com os postulados éticos oriundos da doutrina espírita, possibilitando a construção de um modelo assistencial de base comunitária mais consentâneo com os postulados humanistas defendidos pelo espiritismo;
- que a Constituição Federal, alinhada à Declaração Universal dos Direitos Humanos, impõe sejam resguardados os direitos fundamentais de liberdade e igualdade, presentes na Lei Natural (inscrita em nossa consciência);
Resolvem declarar que entendem devam os espíritas:
1) Apoiar e participar ativamente da Reforma Psiquiátrica, que propõe transformar o modelo assistencial em saúde mental e construir um novo estatuto social para o louco: o de cidadão como todos os outros;
2) Apoiar a substituição progressiva dos manicômios e demais práticas de internamento que resultem na exclusão social dos indivíduos portadores de transtornos mentais;
3) Apoiar a substituição do modelo manicomial pela criação de uma rede de serviços territoriais de atenção psicossocial, de base comunitária;
4) Apoiar a lei 10.216/2001, que propõe uma ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, garantindo o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade, o que significa mudar o modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e com a comunidade;
5) Exigir das autoridades públicas que cumpram sua responsabilidade e implementem, objetivamente, a rede de saúde mental de base comunitária (CAPS, Residências Terapêuticas, Lares Abrigados, ações para redução de danos, etc.) e leitos de curta permanência em hospitais gerais qualificados para integrar a referida rede;
6) Conclamar a comunidade espírita para uma reflexão séria e responsável sobre a conveniência de manter ou eliminar progressivamente os hospitais psiquiátricos espíritas. Por mais respeitáveis que sejam os objetivos dessas instituições, elas professam um modelo historicamente ultrapassado e eticamente indefensável. Essas instituições, que contam com um enorme patrimônio e muitos colaboradores, não podem e não devem simplesmente encerrar suas atividades. Sugere-se produzir uma redefinição do perfil das instituições, voltando suas atividades para o cuidado aos idosos, à população em situação de vulnerabilidade social, desenvolvendo, em particular, atividades educacionais, culturais e profissionalizantes;
7) Adotar o trabalho efetuado em instituições espíritas (emissão energética à distância, passes, orientação espiritual a encarnados e desencarnados, desobsessão, etc.). Essas práticas claramente se inscrevem entre as diferentes modalidades de cuidado em saúde mental de base comunitária e têm uma contribuição inimaginável na diminuição e no controle da ocorrência de casos graves de transtornos psiquiátricos;
8) Reconhecer que o espiritismo, ao tratar da questão da saúde mental sem a interferência de dogmas religiosos, mas respeitando os sentimentos de religiosidade de cada um (paciente, familiares e profissionais de saúde) pode contribuir eficazmente com as demais ciências e correntes do pensamento, alargando a compreensão sobre a natureza humana, sua subjetividade, seus sofrimentos e transtornos psíquicos, a partir da abordagem de sua dimensão espiritual;
9) Conclamar a comunidade espírita a cerrar fileiras junto ao Conselho Nacional de Saúde e em outros espaços de debate e atuação públicos, com as posições defendidas pela OMS, OPAS, parlamentares, gestores públicos das três esferas de governo, representantes do Ministério Público, instituições universitárias, ONG e outros setores progressistas de nossa sociedade que defendem a REFORMA PSIQUIÁTRICA E UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS!
Guarulhos, 6 de junho de 2009.
Considerando,
- o caráter progressista, humanista, laico, livre-pensador e libertário da doutrina espírita, fundada por Allan Kardec;
- que manicômio é um termo genérico utilizado para classificar hospícios, asilos, hospitais psiquiátricos e demais lugares de tratamento da doença mental que se valem do princípio do isolamento do louco da sociedade, um lugar onde os internados perdem todas as suas referências de vida e são excluídos do convívio familiar, do trabalho, do local onde moram, da cidade e que perdem, portanto, a maior garantia que a sociedade moderna pretende dar a todos, a cidadania;
- que há décadas o movimento espírita brasileiro, motivado pelo desejo de acolher os sofredores de transtornos psíquicos, fazer a caridade e propiciar o acesso às terapias espíritas, instituiu uma ampla rede de hospitais psiquiátricos espíritas;
- que ainda está sob controle dos hospitais psiquiátricos espíritas significativa quantidade de leitos psiquiátricos;
- que essas instituições, mesmo sem reproduzir as práticas de violência que caracterizam os hospitais psiquiátricos, mantêm a exclusão como prática assistencial;
- que novos modelos de cuidado em saúde mental têm sido propostos, inclusive com amparo na legislação federal, mais concernentes com os postulados éticos oriundos da doutrina espírita, possibilitando a construção de um modelo assistencial de base comunitária mais consentâneo com os postulados humanistas defendidos pelo espiritismo;
- que a Constituição Federal, alinhada à Declaração Universal dos Direitos Humanos, impõe sejam resguardados os direitos fundamentais de liberdade e igualdade, presentes na Lei Natural (inscrita em nossa consciência);
Resolvem declarar que entendem devam os espíritas:
1) Apoiar e participar ativamente da Reforma Psiquiátrica, que propõe transformar o modelo assistencial em saúde mental e construir um novo estatuto social para o louco: o de cidadão como todos os outros;
2) Apoiar a substituição progressiva dos manicômios e demais práticas de internamento que resultem na exclusão social dos indivíduos portadores de transtornos mentais;
3) Apoiar a substituição do modelo manicomial pela criação de uma rede de serviços territoriais de atenção psicossocial, de base comunitária;
4) Apoiar a lei 10.216/2001, que propõe uma ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, garantindo o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade, o que significa mudar o modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e com a comunidade;
5) Exigir das autoridades públicas que cumpram sua responsabilidade e implementem, objetivamente, a rede de saúde mental de base comunitária (CAPS, Residências Terapêuticas, Lares Abrigados, ações para redução de danos, etc.) e leitos de curta permanência em hospitais gerais qualificados para integrar a referida rede;
6) Conclamar a comunidade espírita para uma reflexão séria e responsável sobre a conveniência de manter ou eliminar progressivamente os hospitais psiquiátricos espíritas. Por mais respeitáveis que sejam os objetivos dessas instituições, elas professam um modelo historicamente ultrapassado e eticamente indefensável. Essas instituições, que contam com um enorme patrimônio e muitos colaboradores, não podem e não devem simplesmente encerrar suas atividades. Sugere-se produzir uma redefinição do perfil das instituições, voltando suas atividades para o cuidado aos idosos, à população em situação de vulnerabilidade social, desenvolvendo, em particular, atividades educacionais, culturais e profissionalizantes;
7) Adotar o trabalho efetuado em instituições espíritas (emissão energética à distância, passes, orientação espiritual a encarnados e desencarnados, desobsessão, etc.). Essas práticas claramente se inscrevem entre as diferentes modalidades de cuidado em saúde mental de base comunitária e têm uma contribuição inimaginável na diminuição e no controle da ocorrência de casos graves de transtornos psiquiátricos;
8) Reconhecer que o espiritismo, ao tratar da questão da saúde mental sem a interferência de dogmas religiosos, mas respeitando os sentimentos de religiosidade de cada um (paciente, familiares e profissionais de saúde) pode contribuir eficazmente com as demais ciências e correntes do pensamento, alargando a compreensão sobre a natureza humana, sua subjetividade, seus sofrimentos e transtornos psíquicos, a partir da abordagem de sua dimensão espiritual;
9) Conclamar a comunidade espírita a cerrar fileiras junto ao Conselho Nacional de Saúde e em outros espaços de debate e atuação públicos, com as posições defendidas pela OMS, OPAS, parlamentares, gestores públicos das três esferas de governo, representantes do Ministério Público, instituições universitárias, ONG e outros setores progressistas de nossa sociedade que defendem a REFORMA PSIQUIÁTRICA E UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS!
Guarulhos, 6 de junho de 2009.
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